Grave bem essa sigla: PIBB. Ao contrário do que parece, não tem nada a ver com o Produto Interno Bruto, o PIB, que é a soma de todas as riquezas do País. Com um B a mais, as quatro letras são a atual sensação entre as opções de investimento no mercado de ações. PIBB, ou Papéis Índice Brasil Bovespa, é um fundo constituído pelos 50 papéis mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Lançado com pompa no dia 12 de agosto pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Bovespa, o fundo chegou ao mercado pela primeira vez em julho de 2004, quando 25 mil dos chamados investidores de varejo (pessoas físicas e jurídicas não financeiras) apostaram suas fichas na novidade. A grande vantagem na época – e que se repete agora – é o compromisso do BNDES de recomprar os papéis pelo mesmo preço de venda um ano após sua aquisição.

Os felizardos que adquiriram cotas do PIBB em 2004 acumularam um rendimento até o dia 9 de agosto, véspera do lançamento da segunda oferta, de 57%, ou seja, compraram a R$ 26,29 e podem vender por R$ 41,25. Até a sexta-feira 30, os ganhos já passavam de 70%. Agora, nessa nova rodada, além de o valor da oferta ser bem maior – R$ 1 bilhão (R$ 800 milhões preferencialmente para os pequenos poupadores), contra R$ 600 milhões da anterior –, o total máximo do capital aplicado protegido passa para R$ 50 mil (era de R$ 25 mil). “É uma boa opção para quem quer começar a investir em ação”, diz Marcelo d’Agosto, especialista no assunto e responsável pela área de análises econômicas do site Fortuna. Ele explica que os investidores que compraram cotas na primeira oferta do PIBB são os maiores beneficiados, pois, além de garantirem os rendimentos obtidos até agora, podem aumentar suas cotas e multiplicar os ganhos.

Investir em Bolsa, apesar das garantias oferecidas pelo PIBB, exige atenção e alguns cuidados. Primeiro, é preciso estar consciente de que ação é um dos investimentos de maior risco e é preciso um mínimo de conhecimento do mercado. “Se depois de um ano o investidor não trocar as suas cotas e a Bolsa despencar? Como é que fica?, alerta D’Agosto. Exemplo: poucos cotistas do PIBB de 2004 pediram resgate de sua aplicação e estão comprando novas cotas. “Ele tem que fazer a troca logo, para não perder se a Bolsa cair”, aconselham os gestores de fundos. Outro fato que pode trazer dor de cabeça é a questão da tributação. Há uma discussão sobre o limite da aplicação que incidirá Imposto de Renda.

Informações – De qualquer forma, se houver recurso disponível, não deixe de aproveitar a chance de ganhar um dinheirinho a mais com o novo PIBB do BNDES. Mas fique atento a algumas regras que balizam todas as operações. O pequeno investidor poderá aplicar, no mínimo, R$ 300, e, no máximo, R$ 500 mil. As cotas têm que ser reservadas até o próximo dia 14 de outubro. Isso pode ser feito de forma direta nos bancos ou indiretamente, por meio de Fundos ou Clubes de Investimento, geralmente operados por corretoras. Nos dois casos, há taxa de administração de l,59%, cobrada nos bancos, e 0,59% nas corretoras. É claro que os leigos devem optar pelos produtos da rede bancária, onde são criados de acordo com o perfil dos clientes. Também é preciso ficar de olho nas informações que estão sendo passadas pelos bancos. No sentido de agilizar a popularização das aplicações no PIBB, muitas agências bancárias estão tropeçando na desinformação e confundindo a clientela. Por isso, fique esperto para não perder dinheiro.