11/08/2004 - 10:00
Epitáfios (estréia no domingo 15, às 22h, no canal pago HBO) – Esta série em 13 episódios tem como foco assassinatos brutais e altas doses de necrofilia. A história macabra de vítimas identificadas previa-
mente por epitáfios, a exemplo do filme Seven – sete crimes capitais, foi desenvolvida pelos gêmeos argentinos Walter e Marcelo Slavich, com direção dos também argentinos Alberto Lecchi e Jorge Nisco. Traz no elenco Julio Chavez, como um ex-policial, Paola Krum no papel de uma psicóloga e Antonio Birabent no de assassino. Cecilia Roth, musa do cinema argentino e espanhol, entra no quarto episódio. (Luiz Chagas)
Discos
Blues 55, com Péricles Cavalcanti (selo independente DeleDela) – A embalagem é de um CD, mas são dois discos em um. Blues foi gravado “ao vivo”, em estúdio, durante três dias. Traz uma brasilidade pop, uma delicadeza bossa nova, um requinte jazz em canções de poética universal, cheias de humor e citações tão diversas quanto suas temáticas. Em 55, o cantor e compositor carioca radicado em São Paulo faz um trabalho mais experimental, resultado da participação do maestro greco-húngaro Sandòr Kavallis. São interferências eletrônicas mais em sintonia com a música erudita contemporânea do que com a produção sintética das pistas de dança. Só não perseguem a desconstrução dos compositores do gênero. Na verdade, são músicas que namoram certas estranhezas, mas nunca deixam de ser melódicas. (Apoenan Rodrigues)
Cinema
Reconstrução de um amor (em cartaz em São Paulo na sexta-feira 13) – Passado em 24 horas, o filme monta um quebra-cabeças sobre as andanças do fotógrafo Alex (Nicolaj Lie Kaas) pelas ruas labirínticas de uma Copenhague que se desdobra em metrópole futurista e cidade de vielas e bares escuros. Depois de se apaixonar por Aimee (Maria Bonnevie), mulher que conhecera na noite anterior, de repente Alex passa a não ser reconhecido pelos amigos, pelo pai e pela antiga namorada. Diante de tal situação, sobra o impasse de tentar solucionar o enigma ou partir para Roma com a nova conquista. Ele só não sabe que, paralelamente, o escritor August (Krister Henriksson), marido de Aimee, faz anotações em folhas soltas do que parece ser um romance a ser publicado, aumentando, assim, as ambiguidades de um enredo bem arquitetato pelo estreante dinamarquês Cristoffer Boe. (Ivan Claudio)
Minha mãe gosta de mulheres (em cartaz no Rio de Janeiro e em São Paulo) – Filme espanhol com um título tão explícito, a princípio pode lembrar o estilo tragicômico de Pedro Almodóvar nas suas primeiras incursões cinematográficas. Pista falsa. Apesar de reunir algumas mulheres à beira de um ataque de nervos, esta comédia de costumes das diretoras Inés Paris e Daniela Fejerman está distante dos excessos de Almodóvar. Mais afeita à ótica urbana de um Woody Allen, a dupla espanhola acompanha a crise que envolve as três filhas da pianista Sofía (Rosa Maria Sardà) quando ela lhes apresenta seu novo amor, a também pianista Eliska (Eliska Sirová). De início, as reações das filhas rendem boas gargalhadas. Mas logo as situações se tornam mornas e os risos bem amarelos. (Ivan Claudio)
