21/09/2005 - 10:00
Uma economista vive uma relação conflituosa com um diretor de cinema fadado ao fracasso. Um não faz a menor questão de entender a profissão do outro. Até que a tragédia os separa. Como consolo, a moça tem acesso aos roteiros que o amado sonhou um dia filmar. Sal de prata (Brasil, 2005) poderia girar em torno do romance complicado de Cátia (Maria Fernanda Cândido) e Veronese (Marcos Breda). Mas o caso, de fato, se dá com a sétima arte, pois é o cinema que preenche a vida de Cátia. Dirigido por Carlos Gerbase, o drama se passa em Porto Alegre. Mas os personagens não mostram nenhum sotaque, a não ser um “tu” aqui e um “trilegal” ali. Maria Fernanda, como a protagonista, não exibe a medida exata de dramaticidade para o papel, deixando o caminho aberto para Camila Pitanga brilhar. Ela faz rir como a sedutora Cassandra, musa dos curtas de Veronese. É pouco. Na ambição de ser uma declaração de amor ao cinema, o filme não vai além do platonismo.