11/08/2004 - 10:00
Uma verdadeira bomba caiu sobre o candidato a prefeito de Salvador, deputado estadual João Henrique Carneiro (PDT), empatado tecnicamente com o senador pefelista César Borges, segundo pesquisa ISTOÉ/Databrain. Seu companheiro de chapa indicado pelo PSDB, Maurício Trindade, também deputado estadual, foi alvo de uma explosiva denúncia – de envolvimento em extorsão – publicada pelo jornal baiano A Tarde. A notícia abalou o QG do pedetista: Trindade desfiliou-se do PSDB e renunciou à candidatura de vice no domingo 1º. Ele foi substituído por outro tucano, o ex-deputado Marcelo Duarte. Uma fita divulgada na sexta-feira 30 de julho pelo jornal mostra diálogo no qual Trindade pedia propina ao empresário Omar Braga para ajudá-lo a ganhar licitação de fornecimento de leite à Secretaria Municipal de Saúde. A propina seria de 15% sobre o valor do contrato, de R$ 8 milhões em 1997, época do diálogo, quando Trindade era vereador.
Mas a saída de Trindade do páreo não alivia a situação para João Henrique. Na Assembléia Legislativa, os pefelistas pediram a instalação de uma Comissão Especial de Investigação para apurar o envolvimento de Trindade na denúncia. E mais: os pefelistas querem estender a apuração da comissão ao próprio candidato. “Queremos saber se houve, por parte dos deputados João Henrique e Maurício Trindade, quebra de decoro parlamentar nesse episódio de extorsão. Há uma fita gravada com os diálogos em que Trindade tenta extorquir o empresário e cita o amigo João Henrique”, afirmou o deputado Clóvis Ferraz (PFL). Em entrevista ao Programa Bahia Meio-Dia, da TV Bahia, afiliada da Rede Globo, João Henrique negou participação na denúncia.