Um projeto piloto com células-tronco adultas promete acelerar o processo de colocação de implantes dentários. Conduzida no Rio Grande do Sul, a experiência foi feita há dois meses e no final deste mês os dois pacientes atendidos devem receber as próteses. “Normalmente, são necessários seis meses para isso”, explica o cirurgião buco-maxilo-facial Gilson Beltrão, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Porto Alegre. Com o uso desse tipo de células, o tecido ósseo se regenerou mais rapidamente do que no tratamento convencional. Dessa forma, segundo Beltrão, o implante dos novos dentes pode ser viabilizado em tempo recorde.

O procedimento lembra uma técnica que vem sendo adotada no tratamento de doenças cardíacas. Por meio de uma punção no quadril, especialistas retiraram líquido da medula óssea de cada paciente. Em seguida, o material foi levado para o laboratório de biologia molecular da PUC para que as células-tronco fossem separadas em seringas. “Na experiência com o coração, basta injetá-las no músculo. Mas na odontologia não é assim. Um paciente recebeu uma espuma especial na área do implante e nela foi derramado o preparado. No outro foi colocado um enxerto ósseo, no qual foram misturadas as células”, explica o cirurgião. Beltrão afirma que o objetivo é fazer com que as estruturas acelerem o processo de formação de tecido ósseo no qual se fixa a prótese.