18/08/2004 - 10:00
O aprendiz (estréia na quarta-feira 18, no canal pago People + Arts) – Tem o bonitinho vindo do interior, o come-cobras do mercado imobiliário, a que se faz de inocente, a metida a líder e, claro, uma “afro-america-na” para dar o tom politicamente correto. Eles formam um grupo de 16 candidatos – escolhidos entre 20 mil, conforme afirma a produção – a um cobiçado cargo nas empresas do megaempresário Donald Trump. Para agarrar esta chance de um contrato anual de US$ 250 mil, os aprendizes de mestre vão passar por várias tarefas no ramo dos negócios, sempre sob o chicote de Trump e os olhares implacáveis de dois assessores. Divididos em duas equipes, a cada derrota o time perdedor deve demitir um integrante até sobrar apenas um vencedor. É o reality show do mundo empresarial em 15 episódios. Nos Estados Unidos fez o maior sucesso. (Apoenan Rodrigues)
Discos
Ver-te-ei no inferno (Paramount) – Cineasta da ala liberal de Hollywood, o americano Martin Ritt tinha nos dramas sociais o seu grande material cinematográfico. O melhor exemplo é este filme de 1969, passado no século XIX, numa comunidade de mineiros irlandeses, no Estado americano da Pensilvânia, cujo título em português foi tirado do diálogo final entre o líder mineiro Jack Kehoe (Sean Connery) e o detetive James (Richard Harris). Kehoe encabeça um grupo chamado Molly Maguires, que pratica sabotagens contra o dono da mina de carvão onde trabalha. Neste ambiente hostil, Ritt desenha um painel dos costumes e das condições de vida dos mineiros com uma visão crítica que não envelheceu. (Ivan Claudio)
Cinema
Igual a tudo na vida (cartaz nacional) – As piadas diminuíram, mas a avalanche andina de diálogos, monólogos, expressões e pensamentos não deixa margem de dúvida de que se trata de um legítimo filme de Woody Allen. Só que, desta vez, ele passa o bastão de homem-ansioso-com-problemas-de-relaciona-
mento para Jason Biggs, que ficou conhecido pelo besteirol de quinta categoria American pie e agora mostra talento no papel de Jerry Falk, um infeliz aspirante a escritor. Falk teve a má sorte de se apaixonar pela volúvel Amanda (Christina Ricci). Sofre o diabo nas mãos dela, incluindo uma abstinência sexual de seis meses por causa de um suposto bloqueio feminino. Como bom judeu nova-iorquino – de um filme de Allen –, o garoto despeja seus problemas no analista, sem nunca conseguir resolvê-los. Mas a fase ruim talvez o deixe mais maduro. Afinal, como diz um motorista de táxi no filme, qualquer questão amorosa ou existencial é igual a tudo na vida. (Apoenan Rodrigues)
Cinema
Autobahn (às sextas-feiras e sábados no Darta Jones, rua dos Pinheiros, 573, Pinheiros, São Paulo) – A turma que promove as divertidas festas semanais no minúsculo clube noturno garante que foi a primeira a resgatar a alucinante
década de 1980. Toda semana, um DJ – ou uma dupla de DJs – é convidado para revezar nos toca-discos sucessos que fizeram a rapaziada dançar há mais de 20 anos. Na seleção, vale desde as estripulias pop-eletrônicas de Pet Shop Boys, passando pelo chacoalhar radiofônico de Human League, até o som cultuado de Eurythmics. Sem contar surpresas teatrais, como a inacreditável banda de Liverpool Dead or Alive, que, com seu visual excessivo, deixa todo mundo com os olhos grudados no telão. (Apoenan Rodrigues)