18/08/2004 - 10:00
Tem gente calada no governo, mas que anda tiririca com o projeto de criação da Agência Nacional de Cinema e Audio-Visual (Ancinav). Por exemplo: o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Ele só não dá publicamente sua opinião sobre o assunto para não criar encrenca. Foi o secretário-executivo do Ministério da Cultura, o poderoso Juca Ferreira, quem apresentou o texto final do projeto ao governo, numa reunião na quinta-feira 5, na Casa Civil. Leu item por item, deu suas explicações, etc. Silêncio geral entre todos os presentes. Mas o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto, abriu o verbo: “Isso é fascismo!” Mais: “Posso informar a vocês que falo em nome do ministro. Ele não vai concordar com esse texto.” O constrangimento foi geral. Mas, com o apoio da Casa Civil e, especialmente, da Secretaria de Comunicação da Presidência (leia-se Luiz Gushiken), Juca saiu vencedor. Uma vitória de Pirro.