01/09/2004 - 10:00
• A última ata do Comitê de Política Monetária (Copom) reacendeu a guerra no governo. A turma de José Dirceu desconfia que o pessoal de Henrique Meirelles quer aumentar os juros antes das eleições.
• Para Meirelles e seus assessores, uma alta dos juros antes das eleições – por causa do aumento dos índices de inflação – seria a demonstração de força e prestígio definitiva ante o mar de denúncias que atinge o presidente do Banco Central.
• O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, ainda está em cima do muro quanto aos juros. Acha que há argumentos técnicos para segurar a taxa do BC até as eleições. Depois, sim, a Selic seria aumentada visando segurar a inflação de 2005.
• Os assessores do ministro da Fazenda dizem o seguinte: mexer agora na taxa básica de juros não vai causar nenhuma alteração antes de três meses. Ou seja, tem pouca interferência sobre o índice de inflação de 2004, que já estourou a meta.
• Já um aumento nos juros logo após as eleições de outubro, esse sim poderia calibrar a atividade econômica, segurando os índices de inflação para 2005. O problema aí é o estelionato eleitoral.