Encarar o problema das drogas como
questão de saúde pública e não apenas como caso de polícia e criar políticas de prevenção, redução de danos e reinserção social do usuário são algumas das posturas que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está adotando para combater o tráfico e o consumo de substâncias ilícitas no País. Em busca de uma política eficiente, a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) está percorrendo o País para traçar um mapa das drogas em cada região brasileira. Na quarta-feira 25, o Senad iniciou em São Paulo, nas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), a etapa sudeste do Fórum Regional Sobre Drogas, que deve ser concluído em novembro, em Brasília. O evento começou em julho em Florianópolis, e até outubro será realizado nas cidades de Salvador e São Luís (região nordeste), Manaus (norte) e Campo Grande (centro-oeste).

Segundo o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, o general Jorge Armando Félix, tão importante quanto combater o tráfico é criar meios para a prevenção e o tratamento dos ex-usuários. “Recuperação e reinserção social são primordiais. Droga não é só uma questão de polícia, mas de saúde pública. É preciso considerar que a dependência química é uma doença e garantir a esses pacientes o acesso ao tratamento”, afirmou Félix.

Durante os três dias do fórum em cada região do País, o Senad apresenta a Política Nacional Antidrogas atual – aplicada desde 2001 no País de acordo com as metas definidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – e, por meio de oficinas e debates com especialistas e autoridades traça um perfil das necessidades dos principais municípios. “Com o fórum, o governo verá de perto o que está acontecendo no País, através das visões de lideranças comunitárias, ONGs e pessoas que participam das oficinas”, conclui Edevaldo Alves da Silva, presidente da FMU. “A idéia é realinhar a Política Nacional Antidrogas. Vamos atualizar o trabalho que já estamos desenvolvendo”, explica o secretário do Senad, o general Paulo Roberto Yog Uchôa. “A política atual está calcada na capacitação de professores, líderes religiosos e comunitários para lidar com o problema das drogas”, completa.

Os problemas causados pelo consumo e pelo tráfico de drogas estão longe de serem resolvidos. Mas, com a mudança de postura, o governo e a sociedade parecem estar caminhando a passos largos.