08/09/2004 - 10:00
A festa brasileira no Grammy Latino teve um desfecho trágico na quarta-feira 1º. O produtor musical e diretor da Warner Brasil, Tom Capone, 37 anos, morreu num acidente de moto pouco depois de deixar o auditório Shrine, em Los Angeles. Ele seguia em sua Harley Davidson (modelo fat boy) por uma rodovia e bateu num automóvel ao cruzar o farol vermelho. Ele morreu na hora. Capone vivia um dos momentos mais felizes de sua carreira e, dos brasileiros presentes na cerimônia do Grammy, era ele quem tinha mais motivos para comemorar a noite de premiações: foi o produtor dos álbuns vencedores da cantora Maria Rita e da banda mineira Skank – a filha de Elis Regina ganhou como artista revelação e melhor álbum. Tom também produzira O silêncio que precede o esporro (indicado mas não premiado, do Rappa), e ele individualmente concorria a uma estatueta na categoria de melhor produtor. Tom Capone, pseudônimo de Luiz Antonio Ferreira Gonçalves, era de Santa Catarina e vivia no Rio de Janeiro. Trabalhou com Gilberto Gil, Milton Nascimento, Marisa Monte, Raimundos, Barão Vermelho, Lenine e Carlinhos Brown.
Dos amigos de Tom para ISTOÉ
Tico Santa Cruz, vocalista e compositor da banda Detonautas, está em Los Angeles para gravar uma reportagem. A banda teve o CD produzido por Tom Capone. O sucesso tocado nas rádios é O dia que não acabou. A letra é de Tico e conta a história de um jovem que sofre um acidente de trânsito. Tico disse a ISTOÉ: “Estávamos lá, na mesma festa do Grammy, e na hora de sair o Tom me ofereceu uma carona na moto. Eu recusei. Pouco depois vinha a notícia de sua morte. De sua morte nessa moto.”
“Perdi um amigo. Ele era irmão, parceiro, cúmplice. Quando um artista
era bom, ele costumava dizer: fulano tem a manha. Pois sou eu quem
digo: ele tinha a manha. A arte está sofrendo”
Lenine