29/09/2004 - 10:00
No Brasil não existe monarquia há 115 anos. Mas isso não quer dizer que não aconteçam casamentos de princesas por aqui. Como nos casórios da nobreza européia, o de Patrícia Nahas, filha do empresário Naji Nahas – aquele que em 1989 se envolveu em uma polêmica transação financeira na Bolsa de Valores de São Paulo –, reuniu representantes do high society e também atraiu a atenção dos “plebeus” da capital paulista. A cerimônia que uniu Patrícia, 33 anos, e André Germanos, 30 anos, aconteceu no sábado 18 na Catedral da Sé, bem no centro da cidade. Postados em frente à igreja, os curiosos tentavam adivinhar quem era a noiva. Ao som do sertanejo Leonardo, vindo do rádio de um boteco das cercanias, arriscavam que se tratava de uma celebridade. Só podia ser alguém famoso, já que até a Hebe Camargo estava ali, comentavam garis boquiabertos com o luxo da produção dos 1.200 convidados que vestiam black-tie e surgiam cobertos de jóias.
Para essas pessoas, Hebe certamente era a figura mais conhecida. Mas no interior da catedral estavam donos de fortunas, gente que faz questão de não aparecer na mídia. Do total de presentes, mais de uma centena veio do Exterior a bordo de aviões particulares. Foram dois Boeings, dois Gulfstream e cinco Falcons trazendo convidados. O detalhe é que, como os populares aglomerados nas imediações (e afastados da cerimônia por um batalhão de 36 seguranças para a igreja e 65 nas redondezas, além dos particulares), amigos e parentes dos noivos também se deslumbraram com o luxo da cerimônia. Alguns chegaram a disparar flashes de câmeras digitais.
A igreja estava lotada. Para se ter idéia, a socialite Bethy Largadère – uma das maiores fortunas da França – teve de se sentar no último banco devido à falta de lugar. Acomodou-se por lá com sua bolsinha em formato de ursinho panda cravejada de brilhantes. Às oito da noite, quando Naji e Patrícia entraram na catedral, convivas se esticaram para não perder nenhum detalhe do vestido da noiva, assinado pelo francês Elie Saab e cujo véu cobria quatro degraus do altar da Sé.
Terminada a cerimônia, todos se dirigiram para o elegante Jardim Europa, onde ocorreu a festa. A
mansão de Nahas foi preparada com pompa. A decoração ficou a cargo de José Antônio de Castro Bernardes – que já decorou, por exemplo, a festa que Eliana Tranchesi, dona da requintada loja Daslu, ofereceu ao estilista Valentino em 2001 –, e os arranjos de flores sob a batuta dos estrelados Vick Meirelles e Rudy Aguiar. Na entrada, violinistas recebiam os amigos da família. O jantar foi servido pelo Buffet França, que cobra em média R$ 100 por pessoa. Teve caviar, camarão e foie gras trufado. As doceiras Isabela Suplicy e Mariza Chuari prepararam uma mesa de três metros de comprimento com oito mil docinhos, sem contar os tradicionalíssimos bem-casados. Isabela fez também um bolo de pistache com cobertura tripla de diferentes tipos de chocolate. Pesava 80 quilos e tinha seis andares.
Após o jantar, regado a litros de champanhe Krug francês, foi a vez de o cantor canadense Paul Anka entoar o clássico Diana. No palco montado em um espaço onde ficam uma quadra de tênis, a piscina e um jardim, ele dedicou uma canção que fez especialmente para a noiva e sua família. Depois do show, entraram as músicas árabes, para honrar a ascendência dos anfitriões. Como lembrancinha, os convidados levaram CDs do show de Anka, com as músicas cantadas no casamento. As mulheres ainda ganharam uma caixinha oval de prata, com minifecho de turquesa. Valores do quanto foi gasto na festa, claro, não foram divulgados. Afinal, isso não é nada chique.