O sucesso dos atletas paraolímpicos brasileiros em Atenas, como mostra a reportagem à pág. 40, não traz só orgulho. A bela performance no esporte de pessoas portadoras de deficiência também serve de estímulo para animar os preguiçosos a começar a se mexer. E, se depender das academias, atrativos não faltarão. Esta é justamente a época em que a maioria lança uma nova e grande variedade de aulas. O objetivo é agradar a todos os gostos.

A tendência, porém, é oferecer exercícios mais direcionados e programas mais curtos. Há, por exemplo, aulas dirigidas para melhorar o contorno do corpo feminino, trabalhando principalmente glúteos e pernas, partes que as mulheres adoram ver durinhas e bem torneadas. As aulas expressas também viraram mania. Muitas academias oferecem programas de curta duração com exercícios variados. Algumas investem em séries aeróbias. Outras valorizam a força, mas o objetivo é não deixar ninguém parado. Mesmo os que vivem apressados.

A idéia de reduzir a jornada dentro da academia surgiu nos anos 90, quando o americano Gary Heavin, especialista em nutrição e saúde, percebeu que muitas pessoas não faziam ginástica porque as aulas eram longas. Baseado no princípio da Organização Mundial da Saúde de que 30 minutos de atividade física por dia, três vezes por semana, ajudam a prevenir a obesidade e as doenças cardiovasculares, Heavin criou um
circuito com ginástica aeróbia, musculação e alongamento que pode ser feito em meia hora.

Programas mais animados também recheiam o novo cardápio. O power jump, lançamento da Body Systems (empresa especializada em criar aulas adotadas depois por várias academias), é um dos mais agitados: tem saltos coreografados em um minitrampolim. Outro exemplo é a ramp, exclusividade da Fórmula (SP), na qual exercícios aeróbios são feitos sobre uma estrutura semicircular de plástico.

O esforço físico também é eficaz dentro d’água, uma das especialidades do Espaço Stella Torreão, no Rio de Janeiro. A academia traz para os alunos o acqua spin plus, uma incrementada aula de bicicleta na água. O “plus”, no caso, são 25 minutos de exercícios para tronco e braços. Quem prefere treinos de menor impacto encontra um mar de almirante no acqua long, uma tranquila aula de alongamento.

Já a preocupação com os riscos de uma cidade grande inspirou a aula de ginástica urbana, da Body Tech, no Rio. Nela, técnicas de defesa pessoal, dança, ginástica localizada e relaxamento se unem para trazer bem-estar e segurança aos praticantes. “Percebemos que os alunos procuravam atividades que os ajudassem no trabalho ou em casa. Algo que desse equilíbrio, coordenação, agilidade e resistência”, explica Amaury Marcello, diretor da Body Tech.

De fato, essas são algumas das principais pedidas das pessoas que estão dispostas a malhar. Para a paulista Maria Cecília Duailibi, 35 anos, por exemplo, o body balance (aula que mistura movimentos de tai chi chuan, ioga e pilates) foi a melhor opção para obter força, flexibilidade e tranquilidade. “Sinto-me mais relaxada depois das aulas”, conta. A aula acaba de ser modificada, exigindo um esforço físico maior. “Mais que equilíbrio, ganha-se consciência corporal e a união do corpo e da mente”, afirma Fábio Gaspareto, professor da modalidade na academia Winner & Fitness, de Cotia, na Grande São Paulo. A ginástica é puxada. Que o digam os alunos, que saem da aula suando a camisa.