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O Rio de Janeiro abrigou, há dias, uma das mais importantes reuniões de cúpula do Mercosul. A presença de 11 chefes de governo da América do Sul demonstrou claramente a prioridade atribuída por todos à integração.

Foram tomadas decisões relevantes para o aprofundamento e a ampliação do Mercosul. Criamos o Instituto Social e o Instituto de Formação. Aprovamos os primeiros 11 projetos no âmbito do Fundo para a Convergência Estrutural (Focem), no valor de aproximadamente US$ 70 milhões. A maioria desses projetos beneficiará o Uruguai e o Paraguai, contribuindo para o tratamento das assimetrias entre os países membros. Estabelecemos programa de erradicação da febre aftosa, vital para todo o Mercosul. Avançamos no processo de incorporação da Bolívia.

A ativa participação dos ministros da Economia deu impulso às discussões sobre coordenação de políticas macroeconômicas e fortalecimento dos mecanismos regionais de financiamento. O aporte significativo feito pelo BNDES à CAF ampliará
o número de projetos voltados para a integração física sul-americana, com
benefícios diretos para o comércio – que tem aumentado de forma espetacular nos últimos anos.

Com a instalação de seu Parlamento, em dezembro, e a realização da Cúpula Social, o Mercosul deixou de ser iniciativa restrita a governos e burocracias, dando passo decisivo para colocar-se cada vez mais a serviço dos povos.

A América do Sul é uma realidade multiétnica, multicultural e multilingüística. Dispomos de recursos abundantes e diversificados do Caribe à Patagônia, que facilitam o desenvolvimento. Queremos construir uma integração a partir de nossa realidade e aberta ao mundo, que se baseie em valores democráticos, com justiça social e dentro do respeito ao pluralismo político.

Celso Amorim é ministro de Estado das Relações Exteriores