06/10/2004 - 10:00
A comissão técnica arriscou uma previsão. E os atletas paraolímpicos tiveram talento para realizá-la. Na semana passada, em conversa com ISTOÉ, o coordenador de avaliação Marco Túlio de Mello não se intimidou: “Aposto em pelo menos 12 ouros. No limite do otimismo, 14.” Não deu outra. Os 98 brasileiros retornaram com 33 medalhas – 14 ouros, 12 pratas e sete bronzes, média de um pódio para cada três competidores. O último ouro veio na terça-feira 28, no futebol de 5 para deficientes visuais, com a vitória sobre os argentinos, nos pênaltis, por 3 a 2. Nesta modalidade, não há laterais, os jogadores atuam vendados para igualar chances de deficientes totais e parciais, só os goleiros enxergam e há guizos dentro da bola para orientar os atletas.
São todos heróis, mesmo os não premiados. Mas a grande estrela foi o nadador potiguar Clodoaldo Silva, com seis ouros (50, 100 e 200 livre, 150 medley, 50 borboleta e revezamento 4 x 50 medley) e uma prata (revezamento 4 x 50 livre). Em Atenas e Sydney, os dois Jogos que disputou, ganhou seis ouros, quatro pratas e um bronze.
Os velocistas Antônio Delfino (ouro nos 200 e 400 rasos) e Ádria Santos (ouro nos 100, prata nos 200 e 400 rasos e 12 medalhas em cinco Jogos) foram outros destaques. O País soma 140 medalhas: 36 ouros, 57 pratas e 47 bronzes. Em Atenas, conquistou mais da metade do total de ouros que tinha – 14 contra 22. Em relação a Sydney, o total de medalhas cresceu 50% (22 para 33). Certamente, o termo para definir a ocasião é eficiência, e não deficiência.