14/09/2005 - 10:00
Ser neta de Monarco, filha de Mauro Diniz e afilhada de Zeca Pagodinho é tirar a sorte grande na loteria genética do berço: é tudo sangue bom do samba e da Portela. Cantar e ritmar arrepiantemente bem, isso é mérito dela própria. Tá bem na fita Juliana Diniz, 18 anos, primeiro CD, e uma das melhores sambistas do Brasil. Abre o CD a música Amor proibido (título do disco) composta pela entidade do samba Manacéa. Na terceira faixa Juliana arrasa nos sofisticados versos de Paulinho da Viola (Sapato alto, coração aos saltos, eu vivia atrás daquele cidadão…). Destaque especial para a sexta música (Beijo na boca) na qual Juliana, sem deixar de ser Juliana, parece a reencarnação de uma entidade nacional que nenhuma outra cantora foi capaz de reencarnar. A letra diz: beijo na boca pode ser carinho, beijo na boca pode ser paixão, mas pode também ter espinhos e dilacerar um pobre coração. Também nessa faixa da reencarnação, bem-vinda à batucada da vida Juliana Carmem Miranda Diniz.