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INOVAÇÃO
Coutinho valeu-se de seu conhecimento em navegação
astrônoma para criar suas histórias

Certo dia, os algarismos – eles mesmos:  1, 2, 3, 4, etc. – marcam uma audiência para decidir qual é o mais importante da tabuada. Vaidosos e às voltas com pequenas intrigas, discorrem, um a um, sobre suas qualidades. A ideia de dar vida a essas entidades abstratas não foi do escritor inglês Lewis Caroll, autor de “Alice no País das Maravilhas”, que, entre outras coisas, era matemático e estudioso da lógica. Foi, isso sim, do brasileiro Lázaro Coutinho. Em seu romance “A Convenção dos Algarismos” (Livraria da Física), os personagens são numerais e suas conversas tratam de curiosidades ligadas a conceitos como geometria do pentagrama e outras complexas descobertas do raciocínio. Na saborosa narrativa, o  autor revela interpretações místicas atribuídas aos números e como eles passam a ter uma “personalidade” no ambiente social.  

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PROVA DOS NOVES
“Geometria dos Mares” trata de navegação e
“A Convenção dos Algarismos”, dos segredos do cálculo

O número 2, por exemplo, “resume conceitos binários como belo e feio, verdade e mentira, bom e mau”, escreve Coutinho. O escritor também está lançando “A Geometria dos Mares” (Ciência Moderna), no qual os diálogos entre uma criança e seu tio, enquanto viajam num transatlântico, transmitem noções de geometria dos espaços curvos aplicadas à navegação.  A ideia original e o primeiro esboço do livro, concebido no formato  de um thriller, foram do professor Scipione Di Pierro Netto, que convidou Coutinho para se integrar ao projeto por causa da sua expertise no assunto – ele é mestre em matemática, viajou o mundo como oficial e ensinou navegação astrônoma na Escola da Marinha Mercante. “Escrevendo de forma romanceada, estimulo o gosto das pessoas pelo assunto”, diz o autor, que já explorou o gênero de suspense em “Matemática & Mistério em Baker Street”. No romance atual, o famoso detetive Sherlock Holmes, criação de Arthur Conan Doyle, aparece numa história de assassinato de um professor. Advinha de quê? Matemática, claro.